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SP desautoriza HC de Ribeirão e anuncia central reguladora em saúde

Depois de o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (313 km de SP) ter anunciado que deixaria de fazer atendimentos de menor complexidade na região, o Estado classificou a medida do HC na manhã desta terça-feira (16) como precipitada.

O DRS (Departamento Regional de Saúde) — órgão do governo de SP — informou que o Estado não autorizou o hospital a tomar tal decisão.

“Nenhum prestador de serviço [da saúde] pode deixar suas atividades de uma hora para outra. Ele pode dizer que está sobrecarregado, sentar e discutir novas propostas”, afirmou o diretor do DRS, Ronaldo Capelli, durante reunião com prefeitos e HC.

Segundo Capelli, o acordo sobre os atendimentos determinado anteriormente e seguido até hoje pelo HC é o que continua valendo.

No último dia 8, o HC anunciou que vai focar os atendimentos de alta complexidade, o que reduziria os procedimentos gerais feitos pelo hospital. A medida fez prefeitos da região criarem uma frente pela saúde.

Na reunião, Capelli concordou com alguns prefeitos, que apontaram a inexistência de um sistema de regulação de atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde) na região.

Sem esse sistema, disse o dirigente, determinados hospitais ficam sobrecarregados. “Falta gestão para desafogar os hospitais que estão uma bagunça.”

CENTRAL REGULADORA

Para solucionar o problema, o dirigente do DRS informou que uma Central de Complexo Regulador está sendo construída no prédio do DRS, em Ribeirão, para solucionar esse problema.

A central deve entrar em funcionamento ainda no primeiro semestre deste ano e será administrada pelo Estado e pelos municípios.

Segundo o diretor do departamento, alguns técnicos de enfermagem e médicos já foram contratados. Outros 70 profissionais devem ser contratados. Ele vão receber uma capacitação que deve durar até 40 dias.

Além da central, Capelli disse que um sistema de cotas será implantado para determinar um número de vagas para cada município, que será o responsável por agendar os pacientes e controlar as vagas de consultas eletivas no HC.

“Cada Secretaria de Saúde será a gestora do sistema, mas precisa ter consciência de sua cota para não desperdiçá-la.”

Presente na reunião, a prefeita de Ribeirão, Darcy Vera (PSD), disse que o complexo regulador está chegando tarde, mas em boa hora. “Hoje, não sabemos se a verba que foi repassada para aquela finalidade foi usada de forma correta. Não sabemos a demanda e como os leitos estão sendo usados.”

‘SURPRESA’

Para o superintendente do Hospital das Clínicas, Marcos Felipe de Sá, a reação dos prefeitos da região contra a medida do HC o surpreendeu.

Ele disse que o hospital recebe encaminhamentos médicos que poderiam ser feitos em outros locais. Segundo Sá, o hospital atendeu no ano passado 864.752 consultas nas quatro regiões — Ribeirão Preto, Araraquara, Franca e Barretos.

“Nós queremos que o HC se torne efetivamente de alta complexidade.”

Ele disse que o hospital conta com 17 salas de cirurgia para atender toda a demanda e que poderia focar mais em transplantes, cirurgias cardíacas e de infertilidade, por exemplo.

Sá afirmou que o Estado já foi alertado desde o ano passado que o HC estava fazendo uma revisão e que serviços simples deveriam ser assumidos pelos municípios.

Ele afirmou à Folha, no entanto, que não avisou as prefeituras sobre o assunto. Disse ainda que a questão agora está com o Estado e que aguarda respostas para definir a situação.

Sá reafirmou, porém, que, como estava, não é possível prosseguir. Disse que o hospital é ocupado com procedimentos simples, como cirurgias de catarata e hérnia, que deveriam, segundo ele, ser contratados pelos municípios com outras unidades hospitalares.

Segundo o superintendente, o último acordo firmado que estava sendo seguido pelo HC foi definido em 2007

Colaborou Juliana Coissi, de Ribeirão Preto.

Fonte: Folha

 

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